domingo, 21 de outubro de 2012

Atento é vendida para americana Bain Capital

    
 



    Depois de muita especulação, a Telefónica concluiu as negociações para venda da Atento ao private equity norte-americano, Bain Capital. A operação movimentou mais de 1 bilhão de euros (US$ 1,3 bi) e deixou o mercado de call center ansioso para conhecer os novos rumos que podem ser traçados pela companhia dos EUA. "Acredito que essa mudança vai trazer uma postura diferente ao mercado e demonstrará mais foco na atividade", opina o do gerente de processos de integração de vendas e supply da Syngenta Proteção de Cultivos, Marcos Fábio Mazza.
 
     A negociação fechada no dia 12 de outubro ainda inclui um acordo de garantia de prestação de serviços da Atento para a Telefónica, com duração de nove anos. Além disso, o valor total inclui as dívidas da companhia de call center, estimadas em 175 milhões de euros. Para o especialista, não existe um reflexo em cadeia que possa ser causado pela transação, no entanto, somente o passar do tempo mostrará os novos direcionamentos da companhia.    
 
       A Atento é uma multinacional de serviços de CRM, líder no mercado latinoamericano e a segunda maior do mundo atuando na área de Call Center. Desde 1999, a companhia vem desenvolvendo seu modelo de negócio em mais de 15 países, onde emprega mais de 152 mil pessoas. No exercício de 2011, a Atento teve uma receita de € 1.802 milhões e um OIBDA de € 161 milhões, elevando sua dívida líquida a € 175 milhões em junho de 2012. Para Coelho, com a crise econômica afetando a Espanha cada vez mais, a Telefónica enxergou na venda da Atento, uma das líderes do mercado de contact center, uma oportunidade para sanar parte de seus débitos.
 
   Ponto comum entre especialistas, a venda da Atento deve acirrar ainda mais a concorrência entre as corporações, independente do seu porte, já que a companhia está entre as líderes do mercado de call center brasileiro. Na opinião de Mazza, as médias corporações, por exemplo, devem começar a se unir para ampliar o seu porte. "Considero como mais recomendável que as empresas se especializem em segmentos mais lucrativos e específicos, tornando-se grandes em cada setor e não apenas no mercado", avalia.

     O futuro ainda é incerto com relação às mudanças que o Bain Capital deve ou não proporcionar ao mercado, e principalmente para os tomadores do serviço. Além disso, o negócio pode atrair novos investidores em busca de oportunidades lucrativas, como revela Mazza. "Tudo vai depender do que for prometido e do que será entregue. Uma nova postura vai aumentar a credibilidade e eficiência, como também vai provocar a famosa reação em cadeia entre os concorrentes, que buscarão a diferenciação pela qualidade", explica o executivo.
 
     A americana Bain Capital, cofundada pelo hoje candidato à presidência dos EUA Mitt Romney — que deixou a companhia em 2002 —, é uma empresa americana de serviços financeiros e gestão de ativos, especializada em private equity, venture capital e crédito e investimentos do mercado público. A empresa investe em uma ampla gama de setores da indústria e em várias regiões geográficas. A partir de 2012, a Bain conseguiu cerca de US$ 66 bilhões de capital de investidores através de suas diferentes plataformas de investimento. Fundada em 1984, a Bain adquiriu ou investiu em centenas de empresas, incluindo: Burger King, Pizza Domino, DoubleClick, Dunkin 'Donuts, Staples, Toys "R" Us, Warner Music Group e The Weather Channel.
 

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